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Culturas do passado-presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória

Andreas Huyssen
216 páginas
ISBN: 9788578660987
Tradução: Vera Ribeiro
R$ 87,00  R$ 52,20

Nas últimas três décadas, na medida em que ruíam as promessas do futuro que propulsionaram a modernidade, o passado foi se estabelecendo no presente como uma âncora temporal para as sociedades ocidentais. Neste contexto, segundo Andreas Huyssen, "a cultura da memória triunfou sobre o presente e bloqueou qualquer imaginação de futuros alternativos". Um processo segundo o qual "as projeções da política transformativa minguaram a tal ponto que as lembranças do passado vieram a ocupar um espaço cada vez maior nos debates públicos".


    Levando em conta esse movimento, como pensar as mudanças que afetam as estruturas da temporalidade vivida, bem como as formas inéditas de percepção do tempo e do espaço que se desenvolvem nas sociedades midiáticas contemporâneas? Os ensaios que compõem este livro analisam os impactos políticos e culturais dessas transformações nos modos de lidar com o tempo histórico.


    Segundo Huyssen, mesmo após o pós-modernismo e a globalização, conceitos como modernidade, modernismo e memória, com todas as complexidades históricas e geográficas que os constituem, "não perderam suas potências como significantes fundamentais para tentarmos compreender de onde viemos e para onde podemos estar indo". Por isso, explorando "geografias alternativas do modernismo", grande parte dos textos reunidos neste livro analisam obras de artistas contemporâneos da América Latina, da Ãfrica e da Ãsia, que reelaboram o eixo estética/política do presente em termos espaciais e temporais. Trata-se de trabalhos relacionados a diversos acontecimentos locais que jogam novas luzes sobre a globalização do modernismo e de sua política da memória, distanciando-se dos discursos acerca de um modernismo global único e uma cultura global da lembrança, do esquecimento, da comemoração, e dos direitos humanos.


    Examinar as relações entre memória e artes visuais a partir de uma concepção ampliada das geografias do modernismo torna-se de uma estratégia crucial e urgente, pois permite enxergar algo habitualmente solapado: os diferentes fluxos da "globalização cultural" que atravessam o presente com sua diversas bifurcações políticas, estéticas, sociais.


    Tadeu Capistrano

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