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MÃdias ópticas
Friedrich Kittler
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Este livro apresenta uma estimulante história das imagens que abrange desde as técnicas da perspectiva linear renascentista até a computação gráfica. Não se trata, porém, de uma abordagem tradicional que expõe uma evolução dos diversos aparatos de visualização ao longo dos séculos. O panorama de Kittler é mais sofisticado: ele parte dessa base para focalizar os princÃpios de arquivamento, transmissão e computação que têm norteado as transformações midiáticas da imagem até o inÃcio do século XXI. O que interessa ao autor são as mediações da luz realizadas a partir dos processos de sua captura, projeção e circulação por meio de câmaras obscuras, lanternas mágicas, fotografias, cinemas, televisores e computadores. Trata-se de uma tentativa de sistematizar essas "mÃdias ópticas" de acordo com os fundamentos tecnocientÃficos que as gestaram e as redes discursivas que produziram, iluminando seus respectivos contextos históricos. A partir de uma análise das técnicas de construção dos "reinos pictóricos artificiais", Kittler examina de que modo a imagem foi captada pela câmara obscura e, em seguida, propagada pela lanterna mágica, entre os séculos XV e XVIII. Além de serem dispositivos de perspectivação e projeção da imagem, esses aparelhos tiveram uma sintonia crucial com o surgimento das técnicas de impressão de livros e com a propaganda visual da Igreja Católica durante a Contrarreforma. Após a apresentação desses bastidores históricos, que aqui também aparecem assombrados por fantasmas e pelas imaginações do romantismo alemão, observa-se como as imagens foram capturadas e começaram a se mover automaticamente no século XIX graças à fotografia e ao filme. Além de enfocar o impacto causado por essas poderosas técnicas de duplicação, Kittler também se detém na análise de certas ambiências que "sonharam" com o advento do cinema, entre as quais se destacam as concepções operÃsticas de Richard Wagner. Quando os processos fotoquÃmicos e mecânicos receberam o choque da eletricidade, no inÃcio do século XX, o cinema enveredou por novos caminhos e a televisão foi surgindo como "um efeito colateral civil de uma eletrônica essencialmente bélica". Além de captar e arquivar imagens, essa nova mÃdia também era capaz de transmiti-las simultaneamente, ecoando a lógica dos radares utilizados na Segunda Guerra Mundial. Por fim, o computador realiza a integração das diversas mÃdias, constituindo uma "máquina universal" com base no processamento digital e nas transmissões por fibra óptica, uma novidade do inÃcio do século XXI que sinalizou novas frequências, circuitos, sintonias e conexões para a imagem e suas frequências. Tadeu Capistrano |
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