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Conceitos de espaço: a história das teorias do espaço na física

Max Jammer
324 páginas
ISBN: 9788578660246
Tradução de Vera Ribeiro
R$ 88,00  R$ 52,80

Em quatro livros que já se tornaram clássicos, Max Jammer reviu o desenvolvimento histórico de conceitos fundamentais da física: espaço, força, massa e simultaneidade. O volume que o leitor tem em mãos inicia a publicação da série, pela primeira vez, em língua portuguesa.


    Desde que veio à luz, em 1954 – com um prefácio, que se tornou célebre, de Albert Einstein –, Conceitos de Espaço foi objeto de numerosas reedições, tendo sido substancialmente aumentado pelo autor até ganhar forma definitiva em 1993, quase quarenta anos depois da primeira edição. Para rastrear a gênese e o desenvolvimento de um conceito tão básico, Jammer precisou usar um instrumental analítico abrangente, que, além da física e da matemática, inclui história, filosofia, filologia e teologia.


    O que queremos dizer com "o problema do espaço"? Não estamos diante de algo intuitivo e evidente? Não. O próprio Einstein, no prefácio, chama a atenção para o fato de que "existe ampla incerteza" quanto à interpretação desse conceito. Ele pode ser concebido, por exemplo, a partir da ideia de lugar, intimamente ligada à existência de objetos materiais; nesse caso, não faz sentido imaginar um espaço vazio. Mas também pode ser concebido de modo abstrato, como algo absoluto, ilimitado, em certo sentido superior ao mundo material, já que o contém; nesse caso, não faz sentido imaginar um objeto material não situado no espaço.


    Contra Leibniz e Huygens, Newton defendeu que a ideia de espaço absoluto era necessária para dar consistência ao princípio da inércia, um dos pilares da física. O êxito do seu sistema garantiu a prevalência desse ponto de vista durante muito tempo. Porém, emergiu lentamente uma nova física – que começa com Faraday, passa por Maxwell e chega a Einstein – que instituiu o campo, e não mais o objeto material, como conceito fundamental. Como as leis do campo não dependem da escolha de um sistema de coordenadas, o conceito de espaço absoluto deixou de ser necessário.


    Nem por isso a questão foi superada. Os progressos na microfísica e na cosmologia – que lidam, respectivamente, com o espaço em pequeníssima e em grandíssima escala – recolocam sucessivamente novas interrogações. "Enquanto esses ramos da pesquisa científica não conseguirem fornecer soluções satisfatórias para suas questões fundamentais", diz Max Jammer, "o problema do espaço terá de ser classificado como uma questão em aberto."


                        César Benjamin


"A física moderna em geral [...] qualifica o espaço como contínuo, isotrópico, homogêneo, finito ou infinito, quando não o considera um puro sistema de relações. Nenhuma dessas qualidades é acessível à percepção sensorial. Elas resultam de um processo de abstração que começou na mente do homem primitivo. [...] Mesmo com a introdução de padrões de medida nos primórdios da sociedade urbana, os comprimentos, áreas e volumes não eram concebidos in abstracto, como extensões puramente espaciais. Sem dúvida, a mensuração acabou por levar à generalização. Ignorando a cor, a forma e a textura do objeto a ser medido, o pensamento humano começou a se concentrar, por abstração, na ideia da extensão pura e do espaço sem qualidades. Não foi um processo simples e curto."


                        Max Jammer

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