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Filosofia da fÃsica, A
Lawrence Sklar
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Em torno do século VI a.C., pensadores jônicos, hoje conhecidos como pré-socráticos, começaram a tentar compreender o mundo de uma forma nova, substituindo as antigas construções mitológicas por especulações filosóficas para chegar a uma explicação racional do Universo. Foi o começo de uma aventura intelectual decisiva na história humana, que inicialmente, e durante muito tempo, não separou o que hoje denominamos filosofia e ciência. O avanço do conhecimento provocou uma grande cisão. A filosofia afastou-se das coisas, centrando sua preocupação nos nÃveis mais abstratos da natureza do ser, enquanto as ciências se especializaram, desenvolvendo conceitos e métodos voltados para descrever diferentes aspectos do mundo. Mas é falso imaginar que o pensamento possa se desenvolver plenamente em domÃnios separados, um apoiado na razão abstrata, outro em dados empÃricos. As ciências naturais, a matemática, a lógica e a filosofia formam um contÃnuo unificado de conhecimentos e crenças que combina observação e racionalidade. Ciências naturais e filosofia voltaram a se misturar profundamente com a formulação de teorias cientÃficas mais gerais, mais fundamentais e mais abstratas, como a mecânica estatÃstica, a relatividade e a mecânica quântica, cujos resultados exigem interpretações muito sofisticadas e impõem uma revisão radical da nossa concepção do mundo. Os filósofos tiveram que acompanhar essa evolução, enquanto os cientistas voltaram a enfrentar, cada vez mais, questões que a tradição ocidental havia reservado à filosofia. É o que Lawrence Sklar -- professor emérito da Universidade de Michigan e ex-presidente da Sociedade de Filosofia da Ciência dos Estados Unidos -- estuda magistralmente neste volume. César Benjamin |