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Schreber e Van Gogh: um estudo psicanalítico sobre a opressão interior

Decio Tenenbaum
432 páginas
ISBN: 978-65-5639-004-8

R$ 103,00  R$ 61,80

"A partir do estudo sobre a dinâmica mental que engendra a opressão interior, podemos nos aproximar um pouco mais do tipo de relação existente entre as duas naturezas humanas, a biológica e a cultural, com o objetivo de verificar se o conflito entre ambas é inevitável. [...] A transmissão dos caracteres adquiridos corresponde, sociologicamente, ao processo pelo qual cada pessoa se insere em uma sociedade e em uma cultura. Antropologicamente, é o processo que transforma os valores sociais e culturais em valores que servirão de parâmetros pessoais dentro dos quais a pessoa viverá a vida. Psicanaliticamente, é o processo que transforma superego em ego. Psicodinamicamente, é o processo de absorção dos objetos internos no ego."

Decio Tenenbaum

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Ciências da saúde, especialmente a psiquiatria, e ciências humanas, especialmente psicologia, psicanálise e antropologia, juntam-se aqui, nesta segunda parte de um estudo sobre o adoecer psicótico. A primeira foi publicada originalmente em 1999 e apresentada em nova edição, revista e ampliada, em 2010 no livro Investigando psicanaliticamente as psicoses (Editora Rubio), que estudou o fenômeno psicodinâmico fundamental para o desenvolvimento das afecções psicóticas, a desorganização do ego, examinando as afecções esquizofreniformes.

Agora, Decio Tenenbaum apresenta a psicodinâmica característica da desorganização do ego nas psicoses bipolares a partir do exame da opressão interior, uma das expressões da sobreposição do ego pelo superego. Para tal, revê em detalhes os casos de dois pacientes famosos, Daniel Paul Schreber e Vincent van Gogh, cujos quadros clínicos foram parcialmente examinados por Sigmund Freud e Karl Jaspers, respectivamente. O adoecimento de ambos foi diagnosticado por esses autores como psicótico e situado dentro do espectro esquizofrênico.

Os dois casos são exemplos de formas específicas e frequentes da opressão interior: o fracasso diante do êxito e a atração pela miséria. Prestam-se a uma discussão mais ampla: se a forma de adoecer psicótica engloba tipos diferentes de doenças ou corresponde a diferentes expressões clínicas do mesmo tipo de adoecimento.

Além de apresentar uma abordagem renovadora sobre o adoecimento de Schreber e de Van Gogh, essa etapa da investigação de Decio Tenenbaum sobre o adoecer psicótico lança nova luz sobre o conflito natureza versus cultura, considerado por muitos psicanalistas, sociólogos e antropólogos como uma decorrência inevitável do processo de hominização e diretamente implicado no sofrimento e no adoecimento mental.

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Decio Tenenbaum é psiquiatra e psicanalista, professor de medicina psicossomática, psicologia médica e psicanálise, membro pleno da International Pshychoanalytical Association (IPA), membro efetivo com funções didáticas da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro e chefe do Setor de Psicodermatoses do Instituto de Dermatologia Prof. Rubem Davis Azulay. Exerceu atividades de coordenação e direção no Instituto Philipe Pinel e participou de comissões internacionais, como a Standing Conference on Psychosis (IPA, 1996-2002) e o Committee for the World Health Organization (IPA, 2014-2016). Trabalhou nos três serviços de medicina psicossomática existentes na rede pública do Rio de Janeiro: Hospital Central do Iaserj, Hospital Pedro Ernesto e Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.